AS CIÊNCIAS- UNIDADE 7
por BEATRIZ LARA DOS SANTOS

1. Falsificação x revolução A falseabilidade seria o critério de avaliação das teorias científicas e garantiria a idéia de progresso científico, pois é a mesma teoria que vai sendo corrigida por fatos novos que a falsificam.
2. Classificação das ciências: ciências matemáticas ou lógico-matemáticas (aritmética, geometria, álgebra, trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc.); ciências naturais (física, química, biologia, geologia, astronomia, geografia física, paleontologia, etc.); ciências humanas ou sociais (psicologia, sociologia, antropologia, geografia humana, economia, lingüística, psicanálise, arqueologia, história, etc.); ciências aplicadas (todas as ciências que conduzem à invenção de tecnologias para intervir na Natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito, engenharia, medicina, arquitetura, informática, etc.)
3. A ciência exemplar: a matemática -A matemática nasce de necessidades práticas: contar coisas e medir terrenos. -A aritmética e a geometria são as duas primeiras ciências matemáticas, definindo o campo matemático como ciência da quantidade e do espaço, tendo por objetos números, figuras, relações e proporções. -A matemática é, por excelência, a ciência hipotético-dedutiva, porque suas demonstrações e cálculos se apóiam sobre um sistema de axiomas e postulados, a partir dos quais se constrói a dedução coerente ou o resultado necessário do cálculo.
4. O campo das ciências da Natureza "(...)estudam duas ordens de fenômenos: os físicos e os vitais, ou as coisas e os organismos vivos."
5. Necessidade e acaso "A ciência da Natureza (...) sempre negou que houvesse acaso ou contingência no mundo natural."
5.1. "O determinismo universal é, assim, a afirmação do princípio da razão suficiente, ou da causalidade, e da idéia de previsibilidade absoluta dos fenômenos naturais. As leis exprimem essa causalidade e essa previsibilidade e, por isso, não existe acaso no Universo."
6. Acaso ou indeterminação "(...) uma mesma realidade ou substância tanto pode ter a forma de algo que se estende no espaço (onda), quanto a de um ponto que se concentra no espaço (corpúsculo), não tendo, portanto, forma constante.
6.1. "(...)princípio de incerteza ou de indeterminação (...) conhecer o estado ou a situação atual de um fenômeno, ou um conjunto de fatos, não permite prever a situação ou o estado seguinte, nem, portanto, descobrir qual foi a situação ou o estado anterior."
7. "Todo problema epistemológico das ciências biológicas consiste em saber se os procedimentos e os conceitos usados pela física e pela química podem ser empregados para a investigação do fenômeno da vida."
7.1. Finalidade, evolução e origem da vida É a vida de mesma natureza que os demais fenômenos físico-químicos e está, como eles, submetida ao determinismo das causas e efeitos, ou é um fenômeno totalmente diferente, com suas leis próprias? A primeira tendência chama-se mecanicismo; a segunda, vitalismo.
7.2. Os dois grandes campos da biologia 1. o da investigação genética e fisiológica no nível hiper-microscópico dos processos e formas micromoleculares e, com ajuda da bioquímica, o estudo da célula em seus fenômenos internos e de reprodução 2. o da investigação das formas, das estruturas e dos processos visíveis dos organismos na relação com o meio ambiente,
8. A contribuição da fenomenologia antes da fenomenologia, cada uma das ciências humanas desfazia seu objeto num agregado de elementos de natureza diversa do todo, estudava as relações causais externas entre esses elementos e as apresentava como explicação e lei de seu objeto de investigação. A fenomenologia garantiu às ciências humanas a existência e a especificidade de seus objetos.
9. A contribuição do marxismo O marxismo permitiu compreender que os fatos humanos são instituições sociais e históricas produzidas não pelo espírito e pela vontade livre dos indivíduos, mas pelas condições objetivas nas quais a ação e o pensamento humanos devem realizar-se.
10. A ideologia cientificista: fusão entre ciência e técnica e a ilusão da neutralidade científica.
11. A ideologia cientificista usa essa imagem idealizada para consolidar a da neutralidade científica, dissimulando, com isso, a origem e a finalidade da maioria das pesquisas, destinadas a controlar a Natureza e a sociedade segundo os interesses dos grupos que controlam os financiamentos dos laboratórios.
12. O problema do uso das ciências 1. teorias científicas serem formuladas a partir de certas decisões e escolhas do cientista ou do laboratório onde trabalham os cientistas, com conseqüências sérias para os seres humanos, um outro problema também é trazido pelas ciências: o de seu uso. 2. A ciência tornou-se parte integrante e indispensável da atividade econômica. Tornou-se agente econômico e político.
13. A ilusão de progresso e de evolução ocorre por 2 motivos principais: 1. do lado do cientista, porque este sente que sabe mais e melhor do que antes, já que o paradigma anterior não lhe permitia conhecer certos objetos ou fenômenos. Como trabalhava com uma tradição científica e a abandonou, tem o sentimento de que o passado estava errado, era inferior ao presente aberto por seu novo trabalho. Não é ele, mas o filósofo da ciência que percebe a ruptura e a descontinuidade e, portanto, a diferença temporal. Do lado do cientista, o progresso é uma vivência subjetiva; 2. do lado dos não-cientistas, porque vivemos sob a ideologia do progresso e da evolução, do “novo ” e do “fantástico”. Além disso, vemos os resultados tecnológicos das ciências: naves espaciais, computadores, satélites, fornos de microondas, telefones celulares, cura de doenças julgadas incuráveis, objetos plásticos descartáveis, e esses resultados tecnológicos são apresentados pelos governos, pelas empresas e pela propaganda como “signos do progresso” e não da diferença temporal. Do lado dos não-cientistas, o progresso é uma crença ideológica.
14. A atitude ciêntífica: "(...) onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude ciêntífica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e. em certos casos, afastadas"
14.1. O senso comum: "(...) por não compreenderem o que seja investigação científica, tendem a identificá-la com a magia, considerando que ambas lidam com o misterioso, o oculto, o incompreensível."
15. CIÊNCIA X SENSO COMUM O "Senso é baseado em hábitos, preceitos, tradições cristalizadas, enquanto a ciência baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional."
15.1. Teoria Científica É um sistema ordenado e coerente de preposições ou enunciados baseados em um pequeno número de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis necessárias. A teoria científica permite que uma multiplicidade empírica de fatos aparentemente muito diferentes sejam compreendidos como semelhantes e submetidos às mesmas leis; e, vice-versa, permite compreender por que fatos aparentemente semelhantes são diferentes e submetidos a leis diferentes.
16. A concepção racionalista- afirma que a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática.
16.1. A concepção empirista- afirma que a ciência é uma interpretação dos fatos baseada em observações e experimentos que permitem estabelecer induções e que, ao serem completadas, oferecem a definição do objeto, suas propriedades e suas leis de funcionamento.
16.1.1. A concepção construtivista- considera a ciência uma construção de modelos explicativos para a realidade e não uma representação da própria realidade.